quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A pouco




Sim poeta
Na dor se constrói vida
Em cima do muro das lembranças , esperanças...
Basta ela lembrar de ti sem o dom sofrer que a chuva se afina
Nos tempos quis , não a quis, não lhe quis
Sim quis!
Se pobres são os que não amam , não a jogue fora
Não a torne reciclável
Não a torne invisível
Só a tenha
Faça-a esquecer dos seus intermináveis silêncios
criativos que a faziam estremecer
Escreva a sua última fúria
Pense ,AME ,exista
Viva.







terça-feira, 22 de junho de 2010

Miscelânea





É no seu silêncio criativo
Que identifico meu ser submisso
Ali me proponho a desfigurar cada página que escrevi .
Em mim finco o detestável
Em você obedeço meu intolerável
Me processo em segundos , nada vejo.
Me empresto a ti e me iludo com caminhos
Prestativamente rompo ligações
Discuto com cada forma de amar que criei .
Esquecendo o dito , não dito .
Exclamando querer mais, falando menos.
Guardando segundos de ti
Consagrando meu extinto inovador de não me buscar
Pupilando cada segundo
Encostando as pálpebras subjectivamente
Uma simples exclusividade
Suntosamente incômoda
Anna Avelar

quarta-feira, 9 de junho de 2010





É preciso deixar que a vida te despenteie, pois o mundo é louco, definitivamente louco…
O que é gostoso, engorda. O que é lindo, custa caro.
O sol que ilumina o teu rosto enruga.
E o que é realmente bom dessa vida, despenteia…
- Fazer amor, despenteia.
- Rir às gargalhadas, despenteia.
- Viajar, voar, correr, entrar no mar, despenteia.
- Tirar a roupa, despenteia.
- Beijar, despenteia.
- Brincar, despenteia.
- Cantar até ficar sem ar, despenteia.
- Dançar até cansar, deixa seu cabelo irreconhecível…


(autor desconhecido )

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Aos nossos olhares





Olhos errôneos
Andando
Parados
Olhos abertos
Concretos
Discretos
Olhos Fechados
Olhando o tudo
Olhando o nada
Inquietos
Suspeitos
Espreitos
Olhos laçados
Pensados
Surrados
Sensatos
Olhos exatos
Espertos
Soturnos
Olhos noturnos
Congelantes
Dançantes
Olhos Falantes
Refeitos
Agradáveis
Olhos afáveis
Confiáveis
Lindos
Olhos Tímidos
Calados
Perdidos
Achados

Eles se encontram
Cada qual com seus medos e incertezas
E por um instante o mundo pára para admira-los
É belo e incompreensível
Eles se desviam
Cada qual com seus motivos e deveres
Logo, volta tudo como sempre fora
Os olhos que nunca se olharam

domingo, 21 de março de 2010

?






Da paixão cansei-me (pode acolher tanta morte um corpo, esse mesmo que brilha à luz do desejo, esse mesmo que guarda a promessa da alegria).
A verdade gastou-se (isto é o mais fácil de compreender: a verdade gasta-se, quando chegamos ao lugar de a encontrar, sabemos por fim que não existe).
Sobrou o que sou e o que não sou também, pelo meio a linha de uma estreita solidão,
e é isto que te dou (isto o que te posso dar).
Só aqui, só agora, este sorriso de estar vivo, e por vezes o cansaço,
tantas vezes o cansaço (que embora não pareça, faz parte do sorriso).
E agora já me entendes? E agora ainda me queres?

- Jorge Roquein Telhados de Vidro nº13, Averno

sexta-feira, 19 de março de 2010








Eu lambo você, e eu gosto que você goste que eu te lamba
Mas eu não preciso que você
Não preciso que você goste que eu te lamba
Se o seu prazer se tornasse dor
Eu ainda te lamberia pelo meu próprio prazer
Eu quero você, e eu quero que você queira que eu te queira
Mas eu não preciso de você
Não preciso que você precise que eu te precise
Isso é só eu
Então, me leve ou me deixe
Mas, por favor, não precise de mim
Não precise que eu precise que você me precise
Porque nós estamos aqui em um minuto, no outro estamos mortos
Então, me ame e me deixe
Mas tente não precisar de mim
Já foi dito o bastante
Eu quero você, mas eu não preciso de você









(I Want You But I Don't Need You
Dresden Dolls)
Apenas uma música legal .

domingo, 7 de março de 2010

...

O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraiso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não doi.


(CAZUZA)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010




Depois de ti, anos depois,
ainda escuto a tua loucura a se arrastar pelas ruas,
pelos ouvidos do nosso tempo,
ainda sinto as lágrimas mornas ,
como ontem , ainda escuto o teu silencio criativo ,
dias e noites a esculpir no mármore branco a tua genialidade,
o teu amor por Rodin . Camille ,sufocada de amor,
abandonada por amor, surtada por amor,
gritando Rodin, suplicando Rodin.....
e ainda roubaram a tua liberdade .
Quantos verões e primaveras percorreram a tua tempestade ,
e assistiram a teu desencanto,
quantos anos confinada e eu me pergunto por Rodin ,
será que se desprendeu, se apagou como uma sombra,
ou ficara para sempre amalgamado , enraizado em ti?


(autor desconhecido)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Garota mimada







E agora sua mimada
Eu vejo sua cara emburrada
E é como olhar para o cano de uma arma
E então ela dispara
E de lá saem todas estas palavras
há um lado muito agradável em você
Um lado que eu prefiro muito
Que ri e faz brincadeiras
Me lembra de abraços na cozinha
Para relaxar as coisas
E era tão excitante
mas agora é meio difícil de lembrar isso
Em um dia como hoje
quando você está toda argumentativa
E está com uma cara ruim...

(Arctic Monkeys-Mardy Bum)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Falta desejo !
faltou desejo , vontade...
Iniciativas perdidas ...
pessoas perdidas num espaço pequeno sem muros
Encolhendo entre braços
sugando energia
fixando dor
Um mundo tão claro e irreversível
explicando condições
vivendo de explicações
não ah quem conheça faces
faces são moribundas
No desejo de tentar acabou se alimentando de angústia
no desejo de agir resolveu não querer mais seguir
é tão fácil ser agora quem queremos ser
ser quem não queremos então...
Até que enfim descobri que melhorar-se é o que de melhor você pode fazer aos outros.


(Anna Avelar)

A solidão de você em mim

A solidão de você e mim inapropriada para o meu ego inconformada com os nossos tempos nada improvisada ela foi pensada existia há tempo...